lacunas ideais


Inaugurei o Blog e me empolguei. Fui logo divulgando para todo mundo que eu gosto, como que me oferecendo, em um único aviso coletivo. Leiam, critiquem. No fundo, sei que quando faço isso é ato impensado. Se depender, não faço blog. E se faço não mostro.

Isso porque odeio o fato de que sou imperfeita, e odeio o quanto os meus textos são uma grande vitrine para tal fato. Não me lembro (embora sempre existam as exceções) de um único texto que eu tenha escrito e depois, relendo, não tivesse vontade de reescrever.

Pensei nisso hoje quando entrei no messenger e minha madrinha-tia-querida, que mora lá do outro lado do mundo e vive uma realidade bem distante da minha, disse que tinha entrado no meu blog e achado legal.

Fiquei pensando o que ela teria pensado sobre meu texto da inauguração da ponte. O que ela e todas(haha, todas as cinco ou seis) as outras pessoas que leram acharam. Com certeza cada um pensou uma coisa.

Pode ter sido algo como "Ai, a juventude e as utopias, bons tempos." Ou quem sabe "que ingênua... pensar que andar de bicicleta em uma ponte pode mudar alguma coisa, etc etc....
Enfim... tantas coisas podem ter passado pela cabeça dos meus poucos e queridos leitores.

Mas eu sei que isso, no fundo, não é tão importante quanto eu poder exercitar minha escrita e me forçar à exposição, para que ela fique menos dolorida com o passar do tempo e eu ,quem sabe um dia, possa olhar para trás e ver, "nossa como melhorei". Talvez até me emocionar com alguns dos meus textos, como acontece quando leio, por exemplo, as meninas de lá e suas crônicas sobre a vida.

Cheia de lacunas, assim eu sou, apesar de às vezes inconformada por não ser o todo (como assim, não sou perfeita e ideal! mamãe devia ter me avisado antes!!)

Uma das minhas "faltas" é que eu acho que sinto muito mais do que consigo transmitir nas palavras. Ainda que, para meu desespero, a escrita seja a fonte do meu trabalho, espero que por muitos anos.

Aproveito que o blog é meu, e sim ele é um diário clichê de uma recém-formada em jornalismo cheia de defeitos, e volto ao dia da bicicleta na ponte.

Acho que não consegui fazer jus ao que senti naquele dia. Não é porque a ponte foi inaugurada pelo PSDB/DEM e eu sou do contra. Também não é porque eu sou contra o "progresso e o desenvolvimento"da cidade. E também não é porque eu não considere importante construir pontes para a Cidade.

É porque tenho na minha cabeça uma Cidade ideal e vira e mexe, me pego extremamente pessimista e triste (quem não ficaria morando em SP). Quando encontro gente que nem o povo da bicicletada, que reunia ali naquele dia gente de tudo quanto é tipo, unidos por objetivos comuns, eu me emociono porque sempre acreditei que é assim ,e só assim, que alguma coisa pode ser mudada. E qualquer um que tenha pegado o congestionamento de 266 kilometros da sexta-feira retrasada sabe que alguma coisa tem que ser feita.


Ainda não saio satisfeita com a minha explicação, mas é assim: um passinho de cada vez.


E para elevar um pouco o nível, termino com Quintana que sabe falar em pouco, muito.


Da contradição

Se te contradisseste e acusam-te...sorri.

Pois nada houve, em realidade.

Teu pensamento é que chegou, por si,

A outro pólo da Verdade...

1 comentários:

Cássio Wicher disse...

Ei mocinha,
sem ser tão cruel com vc.
Todos nós - os jornalistas recém-formados, utópicos, bestas e inseguros - escrevemos para um dia gostar do que escrevemos.

E olha, até o Jorge Luis Borges sofria desse mal. Ele dizia que publicava seus livros para parar de encontrar defeitos.

Geózinha, o show está só começando.

ass: Dedé