memórias tricolores


São lembranças longínquas.
Eu, minha vó, meu pai, meus tios e meus primos no estádio. Geralmente quando ela e eu íamos, o jogo era assim, desimportante, mas não menos emocionante. Me lembro que até personagem de matéria da Globo a gente virou, tres gerações tricolores.
Ao longo dos anos foi assim. Era sempre um evento familiar que podia ser no estádio, no CT do São Paulo, que meu pai era o único que tinha paciência e prazer de nos levar. Foi lá que ganhei um beijo e uma foto com o Raí, o maior de todos os ídolos; Se não tinha nem um nem outro, a gente sempre se reunia na casa da tia bele e do tio João no Morumbi, depois em Tamboré, ou na casa do Tio Colau.

Nascida em berço tricolor, de ambos os lados, por alguns anos minha relação com o time foi a de adolescente: me apaixonei por váaaarios jogadores! Além, é claro, do Rai, Denilson já foi meu fundo de tela no computador, toda vez que ele entrava em campo eu vibrava. Antes dele teve também o Leo (chorei copiosamente quando ele foi expulso naquele jogo da Copa do Mundo). O Caio, Dodô e tantos outros.

Hoje, ver o tricolor jogar virou também sinonimo de chope com o irmão, os primos, os amigos. Aí eu gosto. Confesso que não me tornei fanática.Tenho fases, mas geralmente sei pelo menos o nome do técnico e de alguns principais jogadores.

Mas memórias são memórias e hoje, quando meu time foi hexacampeão e eu comemorei numa festa bem singular, a dos sãopaulinos no RJ, lembrei de todos eles e tive saudades.

Porque futebol é assim. Você pode nem gostar, nem ver sempre. Mas não tem como não se emocionar no estádio, ou até mesmo em um bar onde todo mundo torce para o mesmo time. É bonito demais. Os hinos, a paixão dividida, o abraço apertado no desconhecido ao lado.

Uma das partes que eu mais gosto é quando a torcida puxa " olê telê, olê telê". Toda vez eu choro. E não sei porque, mas o Muricy me traz a mesma sensação de quando lembro do Telê, que marcou minha infância. Por isso abri um sorrisão hoje quando recebi uma mensagem do meu primo querido, logo após o final do jogo "Muricy, Telê. Tô Chorando!!"
Também chorei Rê! Daquelas lágrimas que caem sozinhas. Daquelas que tem gosto doce e parecem estar lavando a alma enquanto caem.