Espelho


“Não pense que a pessoa tem tanta força assim a ponto de levar qualquer espécie de vida e continuar a mesma. Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso - nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro. Nem sei como lhe explicar minha alma. Mas o que eu queria dizer é que a gente é muito preciosa, e que é somente até um certo ponto que a gente pode desistir de si própria e se dar aos outros e às circunstâncias. Depois que uma pessoa perder o respeito a si mesma e o respeito às suas próprias necessidades - depois disso fica-se um pouco um trapo. Mas não pude deixar de querer lhe mostrar o que pode acontecer com uma pessoa que faz pacto com todos, e que se esqueceu de que o nó górdio vital de uma pessoa deve ser respeitado. Ouça: respeite mesmo o que é ruim em você - respeite sobretudo o que você imagina que é ruim em você - pelo amor de Deus, não queria fazer de você uma pessoa perfeita - não copie uma pessoa ideal, copie você mesma - é esse o único meio de viver.”

Clarice Lispector
(em carta escrita em Berna, 1947

A casa delas


Já faz tempo que quero escrever sobre elas. Desde aquele dia em que abriram sua casa para mim, em um dos gestos mais gentis e carinhosos que já recebi. Abriram, me convidaram para entrar, me sentiram parte, me acolheram como poucos, mesmo aqueles, não conseguem fazer.

Ontem, aconteceu de novo.
A casa foi aberta novamente, e dessa vez ela é amarela, tem um cachorro, uma mesa gigantesca e muito, mas muito amor no ar.

Nem preciso dizer como foi bom. Impressionantemente bom, do começo, desde a carona, do supermercado, se perder, achar o caminho, buscar a loirinha. A loirinha, Beatriz, cada dia mais linda. Do rosto de porcelana, tudo continua igual, mas as bochecas estão mais rosadas, e o olhar exala muito mais quentura e segurança.

Na dona da casa, apesar da dor de garganta que as vezes vem para aflingir, o ar era de mulher realizada. Nunca vi uma pequena crescer tanto em tão pouco tempo. Fiquei tão orgulhosa!

As risadas vinham de maneira espontânea, e as conversas eram tantas e tão envolventes que passaram-se quase cinco horas e poderíamos ter ficado mais. Nada precisa ser mudado, porque é tudo perfeito quando temos a sintonia do amor e do respeito.

E o que seria de nós se não fosse a nossa atriz preferida contando histórias de amor, e narrando a vida como ela deve ser: leve, cômica, mas uma pitada trágica. Ela que sabe contar historias como ninguém, nem preciso dizer, está radiante. E a mesma de sempre, mas algo mudou.

E aquela que desenha historias quando escreve, e nos deixa sempre admiradas com seu jeito de menina desajeitada e mulher segura. Cada dia mais brilhante, cada dia mais arrebatadora.

Elas todas, juntas, para mais uma memória de momentos bons, de segundos de vida bem-vividos, o afago no peito de que é só o começo. Vai ser sempre só o começo. Não existe fim para quem deixa a porta aberta.

Obrigada!

Teatro Apolo


"This is the meaning of our liberty and our creed -- why men and women and children of every race and every faith can join in celebration across this magnificent Mall, and why a man whose father less than 60 years ago might not have been served at a local restaurant can now stand before you to take a most sacred oath."

aniversário


Hoje, a gente faz três anos!