Lumiar


No dia em que presenciei o encontro, conheci também a página do relámpago elétrico. Este disco, de Beto Guedes, é quase uma continuação do Clube da Esquina, tão emocionante quanto. E hoje não consigo parar de ouvir Lumiar, apenas porque ela é simples, bela e fala de uma das coisas que mais gosto na vida: a de celebrar a amizade. Em Lumiar. Dá pra baixar no site do Beto (www.betoguedes.com.br), clicando no LP Página do Relâmpago Elétrico.

Anda, vem jantar,
vem comer, vem beber, farrear
até chegar Lumiar
e depois deitar no sereno
só pra poder dormir e sonhar
pra passar a noite
caçando sapo, contando caso
de como deve ser Lumiar

Acordar, Lumiar, sem chorar,
sem falar, sem querer
acordar em lumiar
levantar e fazer café
só pra sair caçar e pescar
e passar o dia
moendo cana, caçando lua
clarear de vez Lumiar

Amor, Lumiar,
pra viver, pra gostar,
pra chover, pra tratar de vadiar
descançar os olhas, olhar e ver e respirar
só pra não ver o tempo passar
pra passar o tempo
até chover, até lembrar
de como deve ser Lumiar

Anda, vem cantar,
vem dormir, vem sonhar, pra viver
até chegar em Lumiar

Estender o sol na varanda até queimar
só pra não ter mais nada a perder
pra perder o medo, mudar de céu, mudar de ar
clarear de vez Lumiar

Ciça




Por aqui muitas coisas, mudanças, viradas, retornos, partidas, nózinhos nas costas, pontadas no braço direito. Tudo na mesma ansiedade, mas dessa vez com um pouco mais de consciência de que é preciso respirar fundo.
Vários textos não escritos, declarações de amor ainda por dizer, desabafos contidos.

Mas hoje é dia de celebrar a conquista de outra, que não sou eu, mas ainda assim não deixa de ser uma extensão minha. Porque se ela realiza os sonhos dela, alegra meu coração também, porque foi assim que aprendi com ela, e com outras, lá nos idos de 199e tantos, quanto ainda usávamos aparelhos nos dentes, nosso sutiãs ainda não eram tão grandes, os cabelos eram encaracolados iguais, mas enormes. Depois vieram os furos no nariz, no mesmo lugar, o gosto pelo Drum'N Bass e o forró, o samba, bate cabelo daqui, bate cabelo dali. Expressões inventadas, trilhas sonoras criadas, o gosto pela verdade e o compromisso com o querer ser. Querer ser, sempre, ser melhor, a cada dia.

É tanto que faz mais de ano que ela saiu, mas parece que não foi, de tanto que ficou.

Por onde quer que você esteja minha amiga, cachinhos iguais aos seus, um pouco maiores talvez, te acompanham, sempre torcendo. As saudades só aumentam as certezas.
Em outubro, flores, abraços e três dias de blablablablablabla.
E o melhor, numa casinha de vila, rosada!

Boa viagem Ci, que cada pessoa que você conheça, se torne melhor com a sua presença, como eu me tornei quando te conheci num dia de outono, você de macacão jeans, carinha de criança, mas atitude de mulher; e aquele sorriso.
expressodooriente