Saudosismo à deriva


Já faz um tempo que eu vi À Deriva, último filme do Heitor Dhalia. Minha primeira impressão foi a de um filme bonito. O azul do mar, da forma que foi tratado na imagem, deu vontade de mergulhar na tela. Como filha de pais separados, achei legal também que a historia de um amor partido tenha se dado a partir da filha. Mas hoje acho que senti o que mais ficou do filme. E olha que já faz um tempo desde que o vi. Estava ouvindo Caetano Veloso e começou a tocar Saudosismo. Na hora me deu um aperto e pensei no À Deriva. Nem lembro direito da trilha sonora, mas tenho quase certeza que não tem Caetano- acho que era só instrumental. É que me lembrei das minhas férias na praia. Assim como a Felipa, eu também era meio bobinha, dizia não quando queria dizer sim, e vice-versa. Nessas, perdi muitas chances de ser mais feliz (leia-se dar mais beijo na boca). Mas, mesmo assim tive meus momentos. Era bom demais a sensação do banho tomado, depois de passar o dia inteiro na praia, a quentura do sol ainda na pele, o olho um pouco ardente. Passar um creme e escolher a roupa para sair à noite. As vezes- a maioria- nem rolava nada demais, mas era inexplicável o sentimento de eternidade que o verão dava. Dois meses sem colocar sequer uma meia, sair escondido pra fumar na praça, assistir ao pôr do sol com os primos irmãos, esperar a primeira estrela subir e fazer pedido.
Até que o dia da partida chegava, ele sempre chega. E ai eu chorava, não sem antes correr até a praia e olhar o mar, como se fosse a última vez. Nunca vou me esquecer da vez em que comi areia, jurando voltar. Acho que já nasci saudosista, e vai, um pouco dramática.

1 comentários:

Sara disse...

a verdade é que essas fotos só me fazem lembrar as minhas férias, eu espero que em breve você terá a chance de levar algum pouco de férias, talvez se eu conseguir um apartamentos mobiliados buenos aires