happy-go-lucky


Amanhã entra em cartaz um filme que vale muito a pena assistir. Delicado, divertido, e simples.
Assim é Simplesmente Feliz, filme do diretor inglês Mike Leigh, mesmo de O Segredo de Vera Drake.
Sally Hawkins é Poppy, uma trintona inglesa professora do jardim de infância.
Ela mora há dez anos com sua melhor amiga Zoe, e é uma pessoa feliz.
Na duvida, ela abre um sorriso, faz piadas, sempre enxergando o melhor das situações. Dificil alguém tirar ela do sério, e na maioria das vezes o que tira seu sorriso da cara é a crueldade, a maldade e a agressividade das pessoas com quem convive. Mas ela não simplesmente se afasta. Pelo contrário, quer dividir a felicidade com todos, sem distinção.

Ela mora com sua melhor amiga, sai para beber quase todo dia e não consegue tolerar a maldade. Pode uma pessoa como essa ser protagonista de um longa metragem de quase duas horas?
Leigh quer mostrar que sim. Ela encara tudo com leveza, da mesma maneira com que pratica cama elástica depois do trabalho, um esporte que traduz sua personalidade.

Quando vai com uma amiga nas aulas de flamenco, Poppy fica ao lado da professora de flamenco, a atriz Karina Fernandes. Dramática, melancólica, a espanhola caminha com postura altiva, carregando força e dignidade nos movimentos da dança espanhola. Poppy é o oposto disso, é desajeitada, fala gírias que ela mesmo inventa, suas roupas são extravagantes, e suas botas exageradas só saem de seu pé na hora de dormir.

Ao colocar Poppy convivendo com a professora espanhola, o instrutor de direção maluco, o aluno que bate nas crianças dentro da sala de aula, Leigh quer mostrar que a felicidade não é um caminho fácil e em Simplesmente Feliz é antes de tudo uma questão de fé. A ingenuidade de Poppy é sincera, e o caminho que ela escolheu para levar a vida é uma decisão feita diaria e conscientemente.


Mesmo que se chegue a um ápice dramático, por vezes o espectador pode se perguntar porque tanto tempo filmando essa moça, seus diálogos, suas aulas de direção, as conversas no bar. Tudo e nada acontecem de fato no filme. São cenas cotidianas, onde Leigh apresenta e faz com que o espectador sinta-se participando da vida de sua protagonista até que, ao final, fica a pergunta. Por que não levar a vida com mais leveza?

3 comentários:

Gui Varella disse...

Cada vez melhores seus comentários, parceira! Verei o filme e te falo o quão sorridente ficará o sorriso. beijos. Gui

nana tucci disse...

A Poppy é SENSACIONAL!

nana tucci disse...

Fiz um textinho sobre ela. Obrigada, amiga, pela maravilhosa dica!