Here, there, everywhere


As vezes a gente se pega tentando planejar a vida. Falta alguma coisa, mas a coisa sempre vai faltar. Poderia fazer isso, mas aquilo também se encaixaria entre as várias possibilidades.
De repente cai no seu colo.
E você meio que decide ir. Tá bom, sei lá, eu vou.
Mal não vai fazer.

Desde então, as coisas parecem estar em outra dimensão.
"Como você tá?!"
Ah, eu tô.
Eu tô.
Eu tô por aqui.
"Mas, o que você tem feito?"
Ah, eu tenho feito.

Para mim essa experiência tem sido assim. Sendo. Tudo muito surreal. Como se fosse, mas não fosse.
De repente você se vê "invadindo" a turma alheia. Num aniversário de um amigo que não é seu, com uma turma que não é sua, numa cidade que não é sua.
Mas você se sente bem. Não gostaria de estar em qualquer outro lugar que não aquele.
Se pega admirando a amizade alheia. Como se dão os laços afetivos, as demonstrações de amor.
Um vai batizar sua filha amanhã. A outra fabrica penduricalhos de cabelo com as sedas que a vó deixou de herança e gosta de pintar as unhas de verde, azul, preto. A outra morou um ano em new york, mas voltou pra ficar com o namorado de quatro anos que ela conheceu num show do Jorge Ben.
E ai você se lembra como e o quanto as pessoas podem ser admiráveis. Como é apaixonante observar os caminhos que a vida toma, muitas vezes involuntariamente, mas com aquele pinguinho de empurrão que você dá, mesmo sem saber que tinha dado.
Tô feliz pra caralho. Satisfeita.
Estou aonde deveria estar, seja lá o que isso significa.

3 comentários:

nana tucci disse...

presença. a sensação de estar presente é com certeza uma das mais lindas do universo.
que feliz fiquei ao ler esse texto, que feliz, amiga! beijosmil

Georgia Nicolau disse...

obrigada por sempre estar, naneto.
beijo te amo

Ana Elisa Faria disse...

É isso aí, Geózita! Bom ter você (no caso, seus textos) de volta!!

"Estou aonde deveria estar, seja lá o que isso significa." Adorei a frase e todo o resto.

beijo bem grande!