Soul Power








Musica caribenha, tambores da Georgia, Filadélfia, musica de Mali, da África do Sul e do Zaire. O que eles tem todos em comum? Tudo.

Para quem quiser ter uma aula de etnomusicologia sobre musica africana, assista a Soul Power, que terá pré-estréias pagas este final de semana em São Paulo. Uma colagem, 35 anos depois, do festival Zaire 74, que levou artistas americanos da soul music para tocar no atual Congo.

O festival foi planejado para acontecer junto da luta de Muhammad Ali e George Foreman, em Kinshasa, um encontro que já virou filme, Quando Éramos Reis.

Imagine uma viagem de avião de 13 horas ao lado de BB King, Bill Withers, James Brown, The Spinners e outros músicos dessa estirpe, todos com seus instrumentos em punho. Uma mega Jam session dos EUA até o Congo, uma festa em que Célia Cruz bate o sapato alto no teto do avião. Sorte da equipe de produção.


A parte triste é que o filme tem apenas uma (umazinha) cópia... Mas, a Sony não é de dar ponto sem nó, e com certeza deve vir por aí um dvd com extras. (Eles bem podiam lançar um dvd com as DOZE horas do festival!!)

Para quem se interessa pelos bastidores, sobram imagens de pepinos da produção, montagem de palco, o conflituoso relacionamento entre o investidor e a produção, montagem de luz. Pra gente ver que não é mole não, o cara que idealizou tudo merece tanto mérito quanto James Brown, que no filme é tratado como um popstar, idolatrado por todos os lados. São dele também as melhores sínteses do ambiente que contaminava a época, do empoderamento do negro, da união, do retorno a identidade, a Mãe Àfrica. E a frase do filme: é impossível ser livre sem grana no bolso. Verdade cada vez maior...


O filme foi uma espremeção só por parte de Jeffrey Levy-Hinte, o diretor. Montador de Quando Éramos Reis, Levy foi chamado para extrair 93 minutinhos de 125 horas de material.


Confira a ótima entrevista que o repórter do Cineclick Heitor Augusto fez com o diretor.

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